Luiz Recena Grassi é para a comunicação o que jogador que antevê quinze jogadas no xadrez, um campeão. O resultado que alcançam esses escritores ou jogadores diferenciados só pode ser ótimo e assim acontece com o livro "Rússia condenada", que acabou de ser lançado.

Para analisar o conflito Rússia-Ucrania , Recena amplia a lente capturando todos os mecanismos e interesses múltiplos que desembocaram num conflito que significa a primeira guerra mundial com alta tecnologia, sem abandonar o errático e mesquinho jogo centenário do poder mundial.

Com frases curtas e impactantes, carregadas de verdades, de informações precisas, Recena não somente lista oportunamente fatos históricos, dados econômicos, interesses políticos, como mergulha o leitor na alma do povo russo, com o qual Recena conviveu quando trabalhou, em na agencia soviética de noticias Tass em Moscou.

Recena, que acompanhou a Perestroika na Russia e a queda do regime soviético, lembra que é uma guerra onde não participam diretamente regimes comunistas, como na maioria dos conflitos armados do último século e onde existe um desfile de brinquedos de guerra com alta tecnologia, como bombardeiros, mísseis, tanques e aviões e drones, nunca antes vista.

Quando preparou as colunas que compuseram em 2022 o livro para o Blog do Vicente no Correio Braziliense (Vicente Nunes é destacado repórter, que recebeu três Prêmios Esso na sua carreira)- Recena documentou a sua inquietude sobre que aconteceria com a gigantesca repressa na região fronteiriça dos países beligerantes. 

A temida destruição da represa de Zaporizhzhia provocou uma grande tragédia ambiental e humana no primeiro semestre de 2023 e levou a guerra a um patamar alarmante para o resto do mundo. Recena também faz incisivas afirmações sobre o jogo sujo envolvendo as usinas nucleares levantadas durante a vigência da URSS , e não poupa os sistemas de propaganda mentirosos de todos os envolvidos.

O livro ilumina ao leitor sobre a escuridão dos conflitos, informando como armas e dinheiro aquecem o conflito, as verdades, mentiras. O livro com 116 páginas, com ilustrações de Pedro Koshino, foi produzido por Irmãos Recena Editora, de Brasília DF.

O autor gaúcho y universal, com destacadas passagens pela Gazeta Mercantil, Gobo, Jornal de Brasília, Correio Braziliense, Radiobrás, EBN, EBC, vive atualmente em Portugal. Recena traz humanidade em cada capitulo, com oportunas descrições do cotidiano dos povos levados a guerra.

O autor não enxerga um próximo fim do conflito e conclui que a guerra beneficia apenas os fabricantes de armamentos. Recena traz uma pergunta e da uma resposta para o conflito: "Há luz no fim das batalhas? Só as velas que choram mortos".