"A morte do Xamã", da escritora cearense Ana Karla Dubiella, é um delicioso mergulho em dores e amores, encontros e partidas, que com extraordinária sensibilidade e sinceridade nos leva a refletir sobre a vida e a morte e acreditar ainda mais no amor.  

A escritora em cada página desnuda sua alma, confessa seus medos e sonhos em cada crônica, e faz voar o leitor como uma pipa ao vento na praia de Cabumba.

Ana Karla Dubiella era uma das mais importantes figuras do jornalismo nordestino como editora de Economia do jornal O Povo, em Fortaleza, quando o autor destas linhas teve o privilégio de conhecê-la pessoalmente. De cativante simpatia e inteligencia, difícil não ficar encantado por essa jovem radiante.  

Essa jovem foi posteriormente pesquisadora, professora de jornalismo, formada em Dinâmica Energética do Psiquismo, mestre e doutora em Literatura. Publicou cinco livros, organizou coletâneas de crônicas Pandemônio e As mães de Chico Xavier. Em fim, fez tudo para aprimorar um talento que desborda no seu último trabalho, sem perder a sua essência de criança atenta ao melhor traço de cada ser no seu caminho. 

Como já foi comentado acertadamente pela professora Ana Cláudia Peres, o livro "convoca o leitor para uma viagem de sensações contraditórias ao centro de sua travessia particular...A narrar a morte, é da vida que ela fala". 

O livro honra "os pedaços de alma" que os seres amados que partiram e deixaram em nos. 

A respeitosa abordagem de escritora aos povos indígenas e ao xamantismo, aos mestres de atravessaram na sua vida, aos companheiros de redação e de bares, mostra um ser humano comprometido plenamente com a vida, sem medo da abordar o tema da morte sob diferentes ângulos.

Nas lembranças compartilhadas, Ana Karla, escreve com maestria sobre saudades, mortes prematuras, conflitos, canções, sentimentos que nunca nos abandonam.

A escritora se propus que algum dos seus textos possa acender em alguém a fagulha do eterno, o brilho da luta, o amor que ficou entranhado em nossas memórias. Ana Karla conseguiu com "A morte do Xamã".   

O livro de 128 páginas, da editora Lumiar, foi ilustrado por Ilana Dubiela e contou com apoio da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará. Palmas a todos!