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Natal, festas e guerras - José Fonseca Filho

26/12/2023 00:00




­Natal, festas e guerras
José Fonseca Filho **
Não adianta mais ninguém lembrar ou pedir, durante os festejos natalinos, para que se ponha fim à violência e à maldade, pois o mundo continua cheio desses dois fatores, e sobre eles predomina a insensibilidade. Tudo indica que assim deverá continuar salvo, aí sim, se acontecer um
verdadeiro milagre. Promovido e consolidado pelo próprio Deus.
Os milagres, como sabemos, são próprios do sistema religioso existente no mundo, e que constitui as bondades consideradas impossíveis mas geradas pelo próprio Deus, Nosso Senhor. Ou por Jesus Cristo, seu filho. E mais alguns santos, que podem também realizar milagres.
Como Jesus, em quem o Deus Todo Poderoso colocou a esperança de uma vida feliz e decente na Terra, no mundo todo. Para que os milagres da vida se constituíssem na convivência harmônica de bilhões de pessoas decentes, felizes, irmanadas. Foi o propósito que levou Deus e seu
filho Jesus, segundo a história universal, verdadeira ou não, a estabelecer a comunidade e a vida humana na Terra: a convivência fraterna, produtiva e amorosa.
Desde que Jesus Cristo aqui nasceu, e hoje sobrevive em Igrejas, na música, na literatura, nas congregações, sua imagem é até por alguns setores explorada para proveitos indevidos. Assim como as promessas de final de ano, do período natalino, crescem as mobilizações econômicas,
basicamente em busca de lucro, dinheiro, dominação. Mas este não era o objetivo da Igreja de Jesus.
As crianças ficam encantadas e seduzidas pelas promoções de brinquedos, presentes e pelo dinheiro, pois os que não o possuem não comemoram, por impossibilidade material. E assim não recebem presentes. O Natal, portanto, é mais para quem tem algum dinheiro. Mesmo assim o  prosseguimento estimulante da farra natalina continua.
A cada ano fica mais sofisticada e sedutora a festa natalina. Logo depois do Ano Novo, também celebrado festivamente, mas sem intervenção religiosa, tudo volta ao normal em nosso planeta. Inclusive com alegrias, frustrações, arrependimentos. E ainda crimes, guerras, maldades e criminalidade.
O mundo e a humanidade se divertiram no período natalino mas muitos milhões passaram pelo sofrimento, no caso dos desprovidos de dinheiro, ao longo de todo o período natalino. As comemorações serão repetidas dentro de mais um ano. Cada vez com mais vigor, mais riqueza, música e celebrações nas igrejas e áreas públicas. E também mais pobreza.
As festas do Natal só perdem em grandiosidade e alegria para o carnaval, onde existe de tudo, menos inocência e religiosidade. As duas festas, Natal e Carnaval, são ampliadas anualmente, com novas atrações, musicalidade, danças e fantasias. O carnaval, insosso nos demais países,
é praticamente uma exclusividade brasileira.
O Natal é um período, praticamente um mês, em que a humanidade se volta para o amor, a fraternidade, a atenção aos grupos carentes e necessitados. O pobre Jesus nasceu e assim foi criado. Seu exemplo de vida, na verdade, não foi muito seguido entre nós, salvo no caso de entidades religiosas, com padres e freiras dedicados à vida eclesiástica e à defesa dos pobres.
Neste ano que se acaba, Deus e Jesus devem ter ficado terrivelmente decepcionados, e até horrorizados. Eis que o mundo que eles criaram, visando uma confraternização entre os seres humanos, está divido em duas guerras selvagens, fratricidas. A morte e a destruição persistem
nos conflitos do Oriente Médio e na Ucrânia, provocando  mortes e destruição. Inclusive de crianças.
O mundo todo celebra o Natal, como desde o início da humanidade . Tais forças e o dinheiro gasto na guerra pelos litigantes em combate ajudaria, sim, a repor a paz e a tranquilidade no mundo. E agradaria ao Deus Todo Poderoso, a Jesus e toda a civilização humana.
Por esse aspecto, convém a todas as forças humanas continuar ampliando as comemorações natalinas e manter sua expansão pelo mundo, em busca da paz e da harmonização da convivência humana. Jamais descansando deste objetivo.
Por enquanto, a previsão do fim das guerras é remota. Milhares de homens, mulheres e crianças ainda vão morrer antes dos festejos do próximo Natal. Mortos pela guerra e pelo crime.
** José Fonseca Filho é jornalista
* Foto: Niños en la guerra, El Diario, Espanha


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