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Muita religião, pouca educação - José Fonseca

09/01/2024 00:00




­Muita religião, muita riqueza.
Pouca saúde, pouca educação
José Fonseca Filho **
A quantidade e o valor das obras de arte religiosas apresentam o maior acúmulo de riqueza do mundo em ouro, prata, pinturas e todos os tipos de produção artística.

Em nenhum outro setor da humanidade a arte, a beleza e a riqueza é apresentada de forma tão delicada quanto nas obras a serviço das religiões, constantes de igrejas e catedrais.
Museus fantásticos, construções extraordinárias, pinturas, afrescos, modelagem em metais preciosos, riqueza e beleza verdadeiramente indescritíveis. A arquitetura das igrejas, suas estátuas, reproduções de figuras religiosas estão espalhadas pelo mundo. O Vaticano é apenas o
início de um roteiro interminável.
As grandes igrejas e catedrais são obras de arquitetos e artistas extraordinários, e suas paredes e tetos cuidadosamente pintados ou com afrescos de rara beleza. Um conjunto artístico que deixa a população mundial obcecada pelas maravilhas da arte sacra. O público em geral são seus eternos visitantes.
Objetos de ouro e prata, candelabros, lustres, sinos de rara beleza e peso ecoando no alto das torres. Desconhecidas na integridade as técnicas e o número de trabalhadores encarregados de transportá-los para o topo de Igrejas e catedrais. Assim como os experts encarregados de tocar tal
instrumento.
As catedrais de Milão e de Colônia, entre as mais belas, e a de Barcelona, há décadas em fase de conclusão, com sua arquitetura extravagante, e a Catedral de Notre Dame, em restauração após incêndio, são exemplos insuperáveis. Na Bahia o interior da igreja de São Francisco é embelezado
com pintura à base de ouro.
Michelangelo passou quatro anos para pintar uma das obras primas da humanidade, o teto da Capela Sistina, no Vaticano. Certamente a pintura mais trabalhosa e de rara beleza existente no mundo. A partir dela, os conceitos da arte e da pintura universal foram se transformando.
Para apreciar o teto da Capela Sistina a melhor opção é que os espectadores deitem-se no chão, olhem para cima e esqueçam a vida passageira. E assim admirem, em silêncio, uma das maravilhas da humanidade.
Por curiosa circunstância muitas das grandes obras de arte, inspiradas nas religiões ou a partir da grandeza de Jesus Cristo, foram enriquecer e embelezar igrejas, catedrais e a vida religiosa. O fenômeno não se restringe ao Vaticano. Praticamente todas as religiões constroem templos com
objetos de arte e muita riqueza em seu interior.
Mesmo nos países asiáticos, onde se prega uma vida mais modesta, os metais de alto valor embelezam suas instalações sagradas. Aos países árabes também não falta ouro, prata e majestosas construções para a sua religiosidade. Há Igrejas especializadas na arrecadação de fundos financeiros para seus intentos materiais.
A religião, portanto, é uma área de muita riqueza, e as diversas variedades passam a ser motivo de exaltação da vida religiosa. Vários setores da humanidade, enquanto isso, sofrem por falta de assistência financeira necessária para o combate à miséria, à fome, à carência de educação.
A Igreja Católica investe no setor educacional, através de grande número de universidades, escolas e colégios, além de hospitais e centros de caridade. Dá o bom exemplo e cumpre uma designação humana, mas longe de ser o suficiente.
Pseudo igrejas vivem de programas popularescos em seus canais de televisão e de fingir despudoradamente que curam doenças simples ou graves dos pobres e necessitados. Essas continuam a enganar a humanidade. Subsistem ainda a fome, pobreza e miséria das favelas, para as quais recursos governamentais, particulares e de religiões seriam muito bem recebidos.
Certos tipos de religiões, com o auxílio de canais de televisão e investimentos financeiros publicitários continuam poderosas. E com mais recursos investidos em promoção do que para combater a ignorância, a doença e a miséria. A Igreja Cristã Maranata, com mais de 5 mil templos em mais de cem países é ativa e informa oficialmente a seus seguidores que "a volta de Jesus é iminente". (1)                           
Existem entre 40 mil a 60 mil diferentes tipos de religião no mundo, com muitos milhões de seguidores. Em estimativa simplória. Todas poderiam contribuir para reduzir a pobreza, a fome e a falta de educação no mundo.
Em vez de privilegiar a construção de templos e suas ricas ornamentações.
Pesquisas indicam que surgem anualmente de 3 a 4 mil tipos diferentes de igrejas no mundo, sendo que metade delas não subsiste por muito tempo. Só de variações do cristianismo calcula-se em torno de 30 mil tipos. Há ainda entre 40 a 60 mil diferentes religiões no mundo. (2)
Existem milhares de igrejas, catedrais e religiões, que poderiam estar contribuindo para superar os problemas de educação, da pobreza e de saúde em todo o mundo. E enorme carência de escolas, colégios, universidades, faculdades, hospitais. 
(1)-  Folha de São Paulo, (03-12-23)
(2) - Wikipédia
** José Fonseca Filho é jornalista
Pintura O Cume - Cesare Saccaggi


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